quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Maria Augusta

Maria Augusta de Oliveira Borges
Filha de Francisco de Assis de Oliveira Borges, Visconde de Guaratinguetá, e de sua segunda esposa, Amélia Augusta Cazal, Maria Augusta teve uma infância privilegiada e requintado estudo na sua casa, cujas terras ultrapassavam os limites da atual Rua São Francisco. Sua beleza encantava os ilustres visitantes que passavam pelo Vale do Paraíba.

Visconde de Guaratinguetá

Naquela época, a política dos casamentos não levava em conta os sentimentos dos jovens. Uma nítida conotação de transação simplesmente econômica ou meramente política, teria levado o Visconde de Guaratinguetá  a unir no dia 1 de Abril de 1879 sua filha Maria Augusta, com apenas quatorze anos de idade, com um ilustre conselheiro do Império, Dr. Francisco Antônio Dutra Rodrigues, vinte e um anos mais velho que a bela jovem.
Como era previsível, surgiram divergências entre Maria Augusta e o Dr. Dutra Rodrigues, dada sua juventude. Maria Augusta deixa a companhia do marido em São Paulo e foge para Europa na companhia de um titular do Império e alto ministro das finanças do reino. Passando a residir em Paris na Rua Alphones de Neuville, Maria Augusta assume definitivamente a alta sociedade parisiense abrilhantando bailes com sua beleza, elegância e juventude.
Maria Augusta prolonga sua estada na França até que no dia 22 de Abril de 1891, com apenas 26 anos de idade, vem a falecer. Para alguns, devido a Pneumonia, para outros, a causa foi a Hidrofobia. Seu atestado de óbito desapareceu com os primeiros livros do cemitério dos Passos de Guaratinguetá, levando consigo a verdade sobre a morte de Maria Augusta.
O corpo embalsamado, recoberto de todas as joias que possuía foi levado para Guaratinguetá. Na viagem de trem algumas das joias foram roubadas.

Viscondessa de Guaratinguetá
A viscondessa  de Guaratinguetá, já viúva, mandou colocar o corpo da filha no centro do imenso salão de visitas do sobrado da chácara, lá sendo velado durante semanas, até que o seu túmulo fosse construído.
Os descendentes do Visconde contam que certo dia Maria Augusta havia aparecido em sonho para mãe implorando que seu corpo fosse sepultado. Impressionada com o sonho atendeu o pedido da filha.
Após a morte da viscondessa o sobrado onde morava foi transformado em escola. Em 1914 o prédio foi consumido por um incêndio e muitos julgaram ter visto uma mulher com roupas brancas atravessar a ponte do Ribeirão dos Motas
É também comum as torneiras dos banheiros e corredores amanhecerem abertas, segundo narrativas de funcionários e alunos da escola, as principais características da presença de Maria Augusta são: um leve farfalhar de tafetá e um delicado aroma de perfume francês.
Esses e outros fenômenos atribuídos a Maria Augusta continuam presentes na história da tradicional escola Conselheiro Rodrigues Alves, há cem anos atrás, do mais longo e luxuoso velório que se tem notícia na cidade de Guaratinguetá.

Escola Estadual - Conselheiro Rodrigues Alves

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